2021 deve ser o ano em que o país mais comprou
Ao que tudo indica, o ano de 2021 deverá ser o que mais importou fertilizantes pelo Brasil. Isto por que, com os produtores capitalizados, o volume de compras spot é maior, tendo em vista as melhores condições comerciais para esta modalidade. Além disso, este fato pode ser um indicativo de que os produtores devem aumentar a área plantada de soja, milho e algodão, que demandam um alto volume de adubos. As informações foram divulgadas pelo Boletim Logístico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Outro indicativo deste cenário é que, com mais recurso, os produtores devem investir mais em tecnologias de plantio visando ganhar produtividade com as culturas e, com isso, possibilidade de maiores retornos financeiros. O incremento na importação, no acumulado do ano, entre janeiro e setembro, saiu de 24,6 para 29,1 milhões de toneladas de fertilizantes, ou seja, volume mais de 20% acima.
Por outro lado relatos de produtores e comerciantes de insumos agrícolas citam que está ocorrendo atraso nas entregas dos adubos adquiridos, visto que, segundo estes, a frota de caminhões disponível não está suportando este aumento de volume a ser embarcado dos portos ao Mato Grosso, por exemplo. Até o momento, para o Brasil, não há indicativo, nesta safra, de problema de oferta de fertilizantes, vez que há informações de que a China, um grande produtor e exportador mundial está suspendendo temporariamente as vendas para o mercado externo, visando suprir a necessidade doméstica.
Um dos pontos que permitem um menor preocupação, no momento, é de que o Brasil não é dependente da China para o abastecimento de fertilizantes, apesar deste país ser o segundo maior exportador de fertilizantes para o Brasil em 2021. No entanto, a Rússia responde por 23% de todo fertilizante importado neste ano, mas diversos outros países também fornecem estes insumos ao Brasil, ou seja, a importação brasileira é bem mais diversificada.
Mesmo assim, não há como desprezar a importância da China como fornecedor deste importante insumo para as culturas de soja, milho e algodão, uma vez que, nos últimos 10 anos, as importações brasileiras de fertilizantes oriundos da China cresceram 606,13%, saindo de 674,9 mil, em 2012, para 4,09 milhões de toneladas, em 2021.
Segundo a Conab o que mais preocupa neste cenário é que, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), o Brasil produz entre 16 e 20,0% do que consume, ou seja, altamente dependente do mercado externo. Como a demanda brasileira e mundial é crescente, há de se ter uma atenção especial, inclusive no que se refere à infraestrutura logística.
Por AgroLink
Foto por Yandex
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