Umidade do solo deve até aumentar um poucos nos próximos dias, mas não o suficiente para diminuir o risco de quebras na produção.
A chuva volta a espalhar pelo sul e oeste do Brasil a partir da segunda metade da semana, mas o acumulado previsto no máximo alcançará a média histórica no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul e permanecerá abaixo da média no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte de Mato Grosso.
Assim, é natural que exista uma previsão de reposição da umidade do solo, já que ele está seco, mas a reposição não será suficiente para alcançar o mínimo desejável para o desenvolvimento agrícola na maior parte dos estados do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, sul de Mato Grosso e Minas Gerais, principalmente no Triângulo Mineiro.
Por outro lado, espera-se tempo seco no sudeste de Goiás, oeste e norte de Minas Gerais e boa parte da Bahia. Mais ao norte, a chuva forte alcança o litoral do Nordeste e beneficia o desenvolvimento de cana-de-açúcar, milho, feijão, mandioca e até mesmo soja, na região chamada Sealba (formada por Sergipe, Alagoas e Bahia).
Será justamente o centro e norte do Brasil a área beneficiada pela chuva na semana que vem. A Zona de Convergência Intertropical e uma frente fria intensificam a precipitação sobre boa parte das regiões Norte e Nordeste, além do Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Pantanal).
Se por um lado, a chuva beneficia o desenvolvimento da segunda safra de milho, por outro lado, exige maior cuidado e manejo por parte dos produtores de algodão, especialmente na Bahia.
Chuva no médio prazo
Previsões mais estendidas indicam retorno da chuva mais intensa para o centro e sul do Brasil a partir de 27 de abril. Além disso, a partir de 7 de maio, é esperado tempo seco e prolongado em boa parte das regiões Sudeste, Centro- Oeste, interior do Nordeste e no Tocantins e sudeste do Pará.
A precipitação vai avançar um pouco mais pelo país entre 22 e 26 de maio, mas a área atingida será limitada aos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, centro, oeste e sul de Minas Gerais e sul de Goiás. Isso significa que uma boa parte da segunda safra de milho instalada de forma mais tardia no Brasil corre risco de diminuição significativa da produtividade.
Embora em seu último relatório o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná tenha considerado 92% das áreas de milho do estado em boas condições, a manutenção do cenário será difícil com a atual umidade observada. Inclusive, informações de Índice de Vegetação (NDVI) por satélite vindos da USDA indicam que a condição da vegetação está pior que o observado no ano passado e pior que o normal no estado. O Paraná é responsável por aproximadamente 15% da produção total do país.
Outro estado que vem apresentando piora das condições vegetais é Mato Grosso do Sul, responsável por 8% da produção nacional. Em Mato Grosso, a condição da vegetação não alcança a situação observada no mesmo período do ano passado, mas está dentro da média.
Por Canal Rural
Foto por piqsels.com
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