Plano Safra 2021/22 tem recursos de R$ 251,2 bilhões

Ministra Tereza Cristina, da Agricultura e Pecuária, diz que as commodities estão em um círculo virtuoso

O agronegócio terá R$ 251,2 bilhões para a safra 2021/22, que começa oficialmente em 1º julho, um aumento no valor alocado de 6,3% em relação ao plano passado. O anúncio ocorreu na tarde de ontem (22) , em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. “Estamos em um círculo virtuoso das commodities agrícolas. O agro tem sido o investimento de maior retorno do Brasil”, disse a ministra Tereza Cristina, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Do total estipulado para o plano, R$ 165,2 bilhões serão a juros controlados e R$ 86 bilhões a juros livres. De modo geral, as taxas de juros serão mais altas na comparação com o plano anterior, como ocorre com o mercado de modo geral.

Para custeio e comercialização, uma forte demanda por produtores por conta do aumento dos custos de produção, estão destinados R$ 177,8 bilhões. Para os investimentos o montante é de R$ 73,4 bilhões, ante R$ 56,92 bilhões em 2020/21.

Para custeio e comercialização na agricultura familiar através do Pronaf, as taxas devem variar de 3%. O montante será de R$ 39,34 bilhões, valor 19% acima do ciclo 2020/21. No Pronamp, onde estão os médios produtores, a taxa de juros varia de 5,5%, alta de 0,5 ponto percentual na comparação anual, com montante de R$ 29,18 bilhões. Também serão destinados R$ 13 bilhões para a chamada equalização de juros, que garante melhores condições para os pequenos e médios agricultores. A ministra queria mais, acima de R$ 15 bilhões, mas a equipe econômica não permitiu. Para os demais produtores e cooperativas, a taxa de juros fica em 7%. No programa para financiar máquinas e implementos agrícolas, o Moderfrota, os juros são de 8,5%.

O plano também coloca na mira a bioeconomia entrando definitivamente na política do plano safra através do incentivo a sistemas florestais, produção de bioinsumos e turismo rural. “Novamente, nós priorizamos a agricultura familiar e a agricultura de baixo carbono, que aumentou em mais de 100% neste plano”, disse a ministra. O Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono) parte com um orçamento de R$ 5 bilhões, ante R$ 2,5 bilhões na safra que se encerra neste mês. O recurso pode ser utilizado para a aquisição e construção de instalações de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para a reconstrução de áreas de preservação permanente, reserva legal e para a geração de energia. No caso da energia elétrica a partir de biogás ou biometano, o limite de crédito coletivo é de R$ 20 milhões.
Outro aumento significativo deste plano é o montante destinado ao PCA (Programa de Construção de Armazéns), de R$ 4,12 bilhões, aumento de 84% em relação ao plano passado. O valor, de acordo com o governo, é suficiente para aumentar a capacidade de armazenamento em 5 milhões de toneladas de grãos, ou construir cerca de 500 novas instalações.

E por fim o seguro rural, com orçamento de R$ 1 bilhão. Na safra 2020/21, o valor inicial foi de R$ 1,3 bilhão, mas com cortes orçamentários caiu para R$ 948 milhões. Para esta safra, o governo promete simplificar e aumentar os limites financeiros e maior subvenção para o milho verão e segunda safra, insumo importante na criação de bovinos, suínos e aves. O montante é suficiente para a contratação de 150,5 mil apólices, atingir uma área de 10,7 milhões de hectares e segurar valores da ordem de R$ 55,4 bilhões. Para o seguro, a ministra também mostrou descontentamento, queria mais para o segmento. “Ainda não estou conformada com esse seguro, olha os números que estamos mostrando (se referindo aos resultados do setor do agronegócio)… nós precisamos avançar”, disse Tereza.

Via Forbes por Brasil Agro

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